A REFER comunicou às empresas participantes no concurso para a electrificação da linha do Douro, entre Caíde e Marco de Canaveses, que o processo foi cancelado. A garantia foi transmitida ao JN, ao final da tarde de ontem, pelo presidente da Câmara do Marco.
"Sinto-me indignado e revoltado em nome da população, não só do Marco mas também da região, pela forma que mais uma vez o Governo nos está a tratar", disse Manuel Moreira. "É uma decisão muito grave para esta terra", acrescentou.
O presidente da Câmara do Marco diz perceber o "momento difícil" que o país e a Europa atravessam, mas faz questão de sublinhar: "Também é verdade que quando há uma situação de maior desafogo financeiro, os investimentos nunca chegam cá; e quando há uma situação de aperto continuamos a ser nós os sacrificados".
No entender do autarca, seria perfeitamente possível não sacrificar esta empreitada, no âmbito da análise que o Governo está a fazer aos investimentos públicos. Manuel Moreira teme que a decisão de anular o processo também seja aplicada à linha do Tâmega, cujos carris foram retirados. O presidente da Autarquia acredita que o canal de circulação das automotoras não será reposto.
A concretizar-se a suspensão do projecto de electrificação, os utentes continuarão a ser obrigados a fazer transbordo em Caíde. A partir daquela estação e até ao Marco de Canaveses a linha não está electrificada.
O serviço é assegurado por velhas automotoras a gasóleo, que avariam com frequência e demoram muito mais tempo a cumprir o trajecto. A situação está mesmo a afectar as empresas locais, sem um meio de transporte eficaz.
in: jn.sapo.pt secção "Porto" de 6 Jul/10
Sem comentários:
Enviar um comentário