►STCP: novas linhas 404 e 2M. Alterações de percurso nas linhas 300, 301, 9M e 13M. ► Carris disponibiliza app CARRISWay para carregamento de títulos Navegante no telemóvel. ►Carris e Carris Metropolitana disponibilizam informação em tempo real no Google Maps. ► Metro de Lisboa permite requisição de passe Navegante online. ► Despesas com aquisição de bilhetes de transportes públicos são dedutíveis em IRS.

30/06/2008

TAP não faz uso de mangas na Portela

A não utilização de placas de mangas, por parte da TAP, é um grave constrangimento do aeroporto de Lisboa, mas que pode ser facilmente solucionado pelas administrações da ANA e da transportadora aérea nacional.
Qualquer passageiro que frequente o aeroporto de Lisboa poderá verificar que, em geral, a TAP não utiliza nenhuma das sete placas de mangas que, actualmente, nele existem. Uma placa de mangas, ou ponte telescópica, é um dispositivo que permite a entrada e saída de passageiros entre o avião e o terminal. A solução à qual a companhia aérea nacional mais recorre é ao transporte de passageiros por autocarro, desde o terminal do aeroporto até ao local onde o avião está estacionado.

Ao contrário, é frequente observar que os mesmos aviões da TAP, que não utilizam pontes telescópicas, em Lisboa, usam mangas em muitos aeroportos de destino, na Europa. Surpreendentemente, algumas companhias aéreas de ‘Low Cost’, como a Easyjet, servem-se das mangas na Portela.

A consequência desta situação resulta de uma perda de tempo no transporte de pessoas e bagagens e, mais grave, num muito maior desconforto para os passageiros, pois a TAP é responsável por mais de 55% das aterragens e descolagens na Portela.

O facto de as mangas terem pouca utilização, e o modo como é feita a gestão das operações, agrava a pontualidade dos aviões. Geralmente, a organização é efectuada da seguinte forma: chamam o passageiro uma hora antes da partida para entrar no autocarro, sendo este processo efectuado sem nenhuma coordenação com o avião, ou seja, este pode estar com algum problema mas a sala de espera é transferida para o autocarro. Muitas vezes, fica lá uma hospedeira que, quando o autocarro está completamente cheio, fá-lo seguir até ao avião.

Pode acontecer que o comandante não permita a entrada, na aeronave por não estar ainda operacional, ou por outro motivo qualquer. Espera-se tanto na "porta" como no meio da pista. Qualquer uma das situações é desagradável...

Quando um autocarro não consegue transportar todos os passageiros, utiliza-se um segundo veículo. Pode acontecer que, quando chega o segundo autocarro, ainda se encontra lá o primeiro com os passageiros dentro, por haver problemas técnicos a resolver. Os ocupantes do primeiro autocarro podem ter de aguardar 50 minutos, de pé e ao frio, até que lhes seja permitida a entrada no avião.

Esta operação, em geral, não tem coordenação nenhuma, pois os passageiros têm de aguardar que o primeiro autocarro fique completamente cheio, enquanto o segundo vai quase vazio.

Durante a entrada no avião, as pessoas e as bagagens acumulam-se, pois chegam todos ao mesmo tempo, atrapalhando-se uns aos outros e dificultando a ocupação nos seus lugares. Ao contrário, utilizando as placas de mangas, a ocupação do avião seria efectuada de uma forma faseada, mais cómoda e de acordo com a chegada dos passageiros.

Para além de condicionar no embarque, a distância a que estão os aviões provoca enormes atrasos também para a bagagem, e deve acontecer o mesmo com as manutenções, limpeza etc. A resolução destes problemas implicaria alterações nos métodos de gestão, de que resultaria uma melhoria apreciável na qualidade dos serviços prestados.

TAP não quer pagar a utilização das mangas

A TAP não utiliza as mangas por não estar interessada no pagamento das respectivas taxas de utilização. Também se justifica esta situação por alguns aviões da transportadora nacional possuírem dimensões que são incompatíveis com as placas de mangas existentes. Contudo, este argumento não pode explicar o problema, pela simples razão de que a maioria dos aviões da TAP, quase 70%, são dos modelos A319 e A320, que servem nas pontes telescópicas.

O custo da utilização de uma placa de mangas, na Portela, em 2007, era de 3,07 Euros por minuto enquanto que, no Porto, era de 1,62 euros. Tendo em conta que a TAP, no ano de 2007, em Lisboa, efectuou 71384 movimentos (aterragens+descolagens) e multiplicando os minutos que cada avião necessita, por cada manga, rapidamente se percebe que a transportadora nacional teria um aumento nas despesas de vários milhões de Euros.

A modernização do aeroporto da Portela prevê aumentar o número de placas de mangas de sete para 20, mas pode surgir a dúvida se a TAP as irá utilizar. A mesma questão se irá colocar no novo aeroporto internacional de Lisboa, em Alcochete.

in: www.publico.clix.pt secção "Carga e Transportes" de 30 Jun/08

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Custom Search