Com arranque programado para 2010, o metro ligeiro de superfície do concelho da Amadora é totalmente inovador. Os carris serão substituídos por rodas, como os troleicarros de Coimbra, mas o aspecto será o de um metro.
Veículos idênticos circulam já noutros países, mas em Portugal é a primeira vez que a ideia ganha forma. O impulsionador foi o vereador Gabriel Oliveira. "Será o transporte do futuro. A única diferença é que o metro ligeiro tem carril e este tem rodas", adiantou, ao JN, lembrando que o veículo eléctrico é capaz de vencer declives mais acentuados do que um comboio e em caso de acidente não fica restringido aos carris podendo seguir viagem.
"Esta solução é entre 10 a 15 vezes mais económica do que o metro ligeiro e não está dependente da topografia do terreno", realça Gabriel Oliveira, sem querer adiantar a forma de apresentação do metro da Amadora que, apesar de já escolhida, é por enquanto secreta.
A linha entre a estação do Metropolitano de Lisboa Amadora-Este e a futura estação da Reboleira, passando por Venda Nova, Falagueira, Mina, São Brás e Brandoa, não será custeada pela autarquia. O investimento entre os sete e os 11 milhões de euros será totalmente privado, nomeadamente do Dolce Vita Tejo, o novo centro comercial que irá abrir no dia 7 de Maio.
Em caso de sucesso, o metro prolongar-se-á aos concelhos de Odivelas e Loures, estando já prevista uma segunda fase de extensão ao centro da Amadora e ao Hospital Fernando da Fonseca.
A terceira etapa prevê a continuação da linha até Oeiras e Algés.
O plano merece o aplauso da Associação Portuguesa dos Entusiastas por Troleicarros. "Em Portugal, há um manifesto desconhecimento", lamenta Emídio Gardé, explicando que os autarcas preferem inaugurar sistemas de metro a autocarros com aspecto "velho".
O entusiasta dá o exemplo de Almada, onde o dinheiro gasto no metro Sul do Tejo (390 milhões de euros) daria para comprar o dobro dos veículos e implementar uma rede de tróleis de 250 quilómetros.
"Teríamos tróleis pelas linhas todas de Almada e para ir a Setúbal e vir", realça, frisando que a viagem também ficaria mais barata para o passageiro.
Questionada sobre o assunto, a Câmara Municipal de Almada disse, ao JN, que a hipótese de implantar no concelho uma rede de troleicarros não foi ainda ponderada.
in: jn.sapo.pt secção "Lisboa" de 14 Abr/08
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