Cerca de 300 moradores da Bonjóia, em Campanhã, subscreveram um abaixo-assinado a exigir uma linha da STCP porque as carreiras privadas são cada vez menos. A empresa garante que não pode operar na zona.
Até meados deste ano, os moradores da Bonjóia, na zona oriental do Porto, eram servidos por autocarros da Valpi, na ligação de Valongo ao Campo 24 de Agosto. Mas a empresa privada diminuiu a frequência das carreiras e os horários não servem a maioria dos moradores nas suas deslocações.
Olinda Carvalho foi uma das responsáveis por recolher as assinaturas e entregar o abaixo-assinado, em duplicado, um para a administração da STCP e outro para o provedor da empresa. Está, tal como os seus vizinhos, cansada de ter de percorrer grandes distâncias a pé para apanhar um autocarro. "Há pessoas já idosas que têm muita dificuldade", afirmou.
Segundo a moradora, a Valpi faz apenas duas carreiras por dia. Outro problema são os custos. Os moradores têm de adquirir bilhetes paras as camionetas (entre 80 cêntimos e 1,20 euros) que depois têm de ser complementadas com o passe da STCP.
No mês passado, depois de uma visita a Campanhã, o vereador da CDU, Rui Sá, conseguiu aprovar na Câmara uma proposta apelando ao Conselho de Administração da STCP para que procedesse a alterações na rede de forma a garantir transportes públicos para os utentes que moram e trabalham na Bonjóia.
Contactada pelo JN, a STCP respondeu que não pode operar na zona, fazendo a ligação entre a Bonjóia e o Bairro do Lagarteiro, porque a linha está concessionada a outra empresa. "Há um outro operador privado [a Valpi] que tem a concessão deste percurso, pelo que a STCP, por imposição do Regulamento de Transportes em Automóveis, não pode efectuá-lo", assegurou fonte da empresa. A STCP garante ainda que não foi a empresa a concessionar o percurso à Valpi, pelo que não lhe cabe a função de supervisionar o serviço.
in: jn.sapo.pt secção "Porto" de 5 Out/09
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