O Governo vai hoje anunciar a solução para a terceira travessia do Tejo. A opção Chelas/Barreiro ganhou à solução Beato/Montijo, defendida nos estudos da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP). O DN apurou que o dossier é analisado hoje, apesar do Primeiro-ministro não se encontrar em Portugal. José Sócrates está em Bucareste na Cimeira da NATO, mas a mesma fonte disse que apesar do chefe do Governo não presidir à reunião o projecto é analisado na mesma.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) pediu para entregar durante esta semana o estudo comparativo das localizações para a terceira travessia e debruçou-se sobre as alternativas Chelas/Barreiro, defendida pelo Governo, e Beato/Montijo, eleita nos estudos da CIP como a melhor solução , e que foi recentemente alvo de estudos mais aprofundados pelo professor José Manuel Viegas.
O relatório do LNEC já está na posse de Mário Lino. Embora o gabinete do ministro das Obras Públicas afirme que o "relatório será entregue esta semana". O ministro mandatou, no dia 7 de Fevereiro, o LNEC para elaborar, no prazo de 45 dias, um relatório de avaliação comparativa das alternativas existentes de travessia ferroviária do Tejo na Área Metropolitana de Lisboa. O relatório, refere o despacho surge na sequência do estudo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, no campo de tiro de Alcochete .
A escolha da solução Chelas/Barreiro sempre foi defendida pela Rave, entidade gestora da rede de alta velocidade, e contou com o apoio de Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes. Hoje, caberá a Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, face à ausência de José Sócrates, fundamentar a escolha.
A terceira travessia do Tejo é fundamental para a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid. Os contestatários à ponte entre Chelas e o Barreiro consideram que não faz sentido o comboio de alta velocidade não servir directamente o aeroporto de Alcochete, enquanto que, se a ponte fosse desviada para o Beato/Montijo, a ligação seria directa e reduziria a distância entre Lisboa e o aeroporto em 12 km. A ligação ao aeroporto através da ponte entre Chelas e o Barreiro será feita a partir de um ramal.
Tabuleiro rodoviário
Pelos cálculos da Rave, a futura travessia comporta quatro vias ferroviários, duas para a alta velocidade e outras duas para o serviço ferroviário convencional (suburbanos). A questão de fundo, e que hoje poderá ficar esclarecida, é se a ponte vai ter tabuleiro rodoviário. Em causa poderá estar o desvio de tráfego da ponte Vasco da Gama para a futura travessia e o consequente acréscimo de veículos na cidade de Lisboa.
Nos últimos tempos surgiu uma alternativa rodoviária para as ligações das duas margens do Tejo. Trata-se da ligação Algés/Trafaria, que o Governo já disse está nos seus planos.
in: www.dn.pt secção "Economia" de 02 Abr/08
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