A pretensão da Ryanair de instalar uma base no Aeroporto de Sá Carneiro (Maia) não é ignorada no estudo da Faculdade de Economia do Porto. A investigadora Cristina Barbot alerta para a concorrência dos três aeroportos da Galiza e para o risco de "decisões lentas e burocráticas" afastarem o interesse das companhias low cost por esta infra-estrutura aeroportuária.
"Se, por exemplo, há entraves burocráticos em determinado lugar à criação de uma nova rota ou à constituição de uma base, essas companhias procurarão outro local . A compra de novos aviões, a contratação e treino de novas tripulações e aprovisionamento de outros factores não podem esperar por decisões lentas e burocráticas por parte dos aeroportos (...). Existindo na região da Galiza três aeroportos alternativos ao Sá Carneiro, é muito provável que este possa ser preterido em favor dos outros, no caso de longas esperas pelo acordo com as entidades gestoras", lê-se no estudo.
Sublinhando a importância da Ryanair no aumento do número de passageiros do Sá Carneiro, Cristina Barbot crê que a instalação de bases traz "vantagens para os aeroportos onde se situam". No primeiro semestre de 2007, esta companhia representava 75% do total dos passageiros das low cost. A Easyjet também é forte entre estas companhias, mas a investigadora prevê que esta optará por instalar uma base em Lisboa, onde tem mais rotas. "A Ryanair tem sido, assim, a responsável pelo crescimento do movimento de low costs no Porto e tudo leva a crer que continuará a sê-lo", caso estabeleça a base. Nesse cenário, estima que a empresa terá, em 2010, 21 rotas a partir do Porto. Hoje são 15. "Admitimos que, a partir de 2010, o crescimento da empresa desacelera e que se criará uma nova rota por ano até 2014". Novos destinos prováveis são Roma, Dusseldorf, Glasgow e Roterdão. Ainda assim, defende que o aeroporto não será dependente das low cost, embora a presença se fortaleça. Calcula que, em 2020, as companhias tradicionais continuarão a dominar o movimento no Sá Carneiro, com 54% dos passageiros. A Ryanair será responsável por 27%dos passageiros.
in: www.jn.pt secção "Porto" de 17 Abr/08
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