Quase meio ano depois de ter recebido o processo, o Governo autorizou, finalmente, a adjudicação das obras de prolongamento de linha Amarela do metro até Santo Ovídio, em Gaia. Trabalhos devem começar daqui a um mês.
O despacho conjunto dos ministérios das Finanças e dos Transportes foi assinado ontem, viabilizando o início das obras no terreno. Para que as máquinas avancem, fica a faltar apenas a assinatura do contrato entre a Empresa do Metro e o consórcio formado pela Bento Pedroso (Odebrecht), pela Amarantina e pela Lena Construções e a consignação da empreitada. Estima-se que a obra comece, então, em finais de Agosto ou em inícios de Setembro, devendo ficar concluída até ao fim do próximo ano.
O prolongamento implica um investimento de 24,4 milhões de euros, sendo que o PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) para este ano já tinha reservado para a obra uma verba de 11,6 milhões de euros.
A extensão da linha Amarela é de apenas 500 metros, mas o projecto implica a transformação completa da rotunda de Santo Ovídio, um dos pontos de maior congestionamento rodoviário da Área Metropolitana. Desde logo, a plataforma da rotunda passará a ser oval. A estação de metro ficará por baixo (no nível onde, actualmente, circulam os automóveis), estando prevista a construção de um túnel com 275 metros de extensão para o tráfego rodoviário de acesso à auto-estrada e à Avenida da República.
A intervenção, idealizada pelo arquitecto Rogério Cavaca em colaboração com os projectistas da Empresa do Metro, inclui a construção do interface de Vasco da Gama. Na envolvente da estação de D. João II surgirá a principal alteração ao trânsito. Serão construídas duas novas ruas e as centenas de autocarros que rumam ao Porto deixam de descer a Avenida da República.
"O Governo demonstra uma vez mais o seu empenho em satisfazer o compromisso assumido com a população, visando garantir a sustentabilidade deste importante meio de transporte que é usado anualmente por 50 milhões de passageiros", sustenta um comunicado da Administração Central, garantindo, ainda, a "irreversibilidade do plano de expansão" do sistema de metro.
Há quase seis meses que a Metro do Porto esperava autorização do Governo para avançar com a obra. Foi no início de Fevereiro passado que o Conselho de Administração da empresa aprovou a intenção de adjudicar a empreitada ao consórcio que venceu o concurso. Mas só agora foi assinado o despacho conjunto que autoriza, de facto, a adjudicação.
O atraso do processo levou mesmo o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, a escrever aos ministros das Obras Públicas e das Finanças, solicitando que a situação fosse desbloqueada. Após uma primeira missiva, o autarca terá ficado a saber que a autorização estava encalhada nas Finanças.
Ontem, o PS/Gaia emitiu um comunicado congratulando-se com a decisão governamental. "Corresponde a um compromisso político que o Governo sempre assumiu, apesar dos descuidos da Câmara em todo este processo", diz o texto assinado por Eduardo Vítor Rodrigues, líder do PS/Gaia.
As obras do metro deverão coincidir com os trabalhos de alargamento da A1 entre Santo Ovídio e os Carvalhos, cujo início ocorrerá até ao fim do ano.
in: jn.sapo.pt secção "Porto" de 29 Jul/09
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