O projecto de renovação da Linha do Norte entre Ovar e Vila Nova de Gaia implica a demolição de dezenas de casas (pelo menos 120 pessoas serão afectadas), de quatro armazéns industriais e a mudança de localização de cinco apeadeiros e uma estação.
A esmagadora maioria das casas a expropriar (32) e fica em Ovar. Naquele concelho, também irão abaixo quatro armazéns. Já em Espinho deverão ser derrubadas quatro habitações, e (parcialmente) duas estufas.
"Com base no número de habitações afectadas e na sua localização, procedeu-se à estimativa do número de residentes, tendo-se contabilizado 120 pessoas. O número de habitantes residentes e as suas características, em cada uma das habitações afectadas, deverá ser aferido em fase de projecto de execução", lê-se no estudo de impacto ambiental solicitado pela Refer à empresa Gibb.
O documento está em discussão pública até ao dia 5 de Novembro e admite que "serão efectuados estudos complementares no sentido de verificar a possibilidade de evitar algumas demolições de edificações habitadas".
A obra em 35 quilómetros de ferrovia é profunda, mas não se prevê que seja preciso interromper a circulação. Admite-se, contudo, aumento nos tempos de viagem, complicações no trânsito na envolvente à linha e mais dificuldades no acesso às estações e apeadeiros. Até porque a empreitada (ainda em fase de estudo prévio) prevê mudanças na localização de várias plataformas.
Os apeadeiros de Carvalheira /Maceda e de Coimbrões vão mudar 100 metros para Norte; os de Miramar e de Francelos deslocam-se para Sul 150 e 100 metros, respectivamente; e o de Cortegaça também se move para Sul, mas apenas 90 metros. Mais significativa será a mudança do apeadeiro de Silvalde, que passará a ser uma estação, mas 500 metros a Sul da actual localização.
As plataformas de Ovar, da Granja e de Valadares também serão alvo de requalificação generalizada. Aliás, todas as estações integradas no troço deverão passar a ter características que fomentem a intermodalidade: lugares de estacionamento para tomada e largada de passageiros, para táxis e bicicletas; paragens de autocarro; e novos esquemas de circulação rodoviária na envolvente.
No caso de Ovar, prevê-se a construção de um novo terminal de mercadorias, que permitirá "retirar o actual movimento de mercadorias da estação, libertando espaço para o tecido urbano".
O estudo indica que todas as passagens de nível entre Gaia e Ovar serão eliminadas, sendo que algumas já foram extintas entretanto. Entre Ovar e Silvalde serão construídas duas novas vias ao lado da via dupla existente.
in: jn.sapo.pt secção "Porto" de 20 Set/10
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