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01/12/2007

Aldeia contra o TGV

O Movimento Anti-TGV de Alcobaça (MATA) colocou "à venda" casas, empresas, lugares, aldeias e até freguesias do concelho. Segundo os autores, o cartaz, afixado nas zonas que deverão ser mais afectadas pelo traçado do comboio de alta velocidade, é uma forma de protesto "humorístico", a menos de um mês de ser conhecido pela Agência Portuguesa do Ambiente o percurso mais viável. A decisão será posteriormente tomada pelo Governo. Uma coisa é certa para os opositores ao projecto "Seja qual for a localização o impacto é negativo".

A ideia, bastante original, explica o porta-voz do movimento, Bruno Letra, partiu de um grupo de pessoas da zona de Aljubarrota e Molianos. "Pretende mostrar os impactos negativos que o TGV já está a ter no ramo imobiliário. Os valores dos terrenos baixaram abruptamente e as pessoas não têm dúvidas de que tal se deve ao comboio", esclarece. O TGV, que passou a ser rotulado por "terror de alta velocidade", "não irá trazer nada de bom", sublinha. Ao contrário, defende este movimento, "vai amputar o concelho", obrigando à demolição de habitações e empresas, sobretudo em oito das 18 freguesias, com Benedita e Turquel à cabeça.

Enquanto esperam que o traçado definitivo seja conhecido, o que deverá acontecer até ao final deste ano, os opositores da alta velocidade têm vindo a contactar os deputados eleitos pelo círculo de Leiria. Para já, o PSD foi o único grupo a responder, marcando para a próxima quarta-feira uma reunião, à qual comparecerão também os autarcas mais atingidos. O MATA aguarda que o PS e o CDS-PP mostrem também disponibilidade para "ouvir as preocupações das populações".

O movimento, refere Bruno Letra, reuniu já com a RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade. "Refutámos todos os argumentos e deixámos bem claro que iríamos fazer tudo para que o projecto não tivesse carris para andar", recorda, adiantando ter obtido a garantia de que, após a decisão, responsáveis da RAVE "virão ao concelho explicar tudo o que se vai passar, de uma forma séria".

Será também organizado um colóquio, que contará com a presença de vários especialistas nesta matéria e que estão contra a alta velocidade em Portugal. "Para nós, não se justifica", considera, defendendo antes a recuperação da Linha do Oeste. Mas esta é uma iniciativa que fica para depois de ser conhecido o traçado, "de forma a não haver especulações". Tal como as manifestações. Até agora, houve apenas um protesto de rua, que serviu sobretudo para alertar as populações para o que se estava a passar", refere Bruno Letra.

Para os interessados em comprar uma casa ou uma aldeia, por exemplo, o número de contacto fornecido no cartaz é o da RAVE. O JN contactou a empresa, mas ninguém se mostrou disponível para reagir a este protesto.

Estação em Leiria

No troço entre Alenquer e Pombal, com cerca de 110 quilómetros, a nova ligação de alta velocidade tem assegurada a viabilidade da articulação com a Linha do Oeste, numa nova estação em Leiria, cuja execução "é mais favorável se a alternativa de localização for a poente", refere a RAVE. A empresa adianta que na solução que aparentemente melhor serve esta ligação, "prevê-se que sejam afectadas cerca de 129 edificações de vários tipos, desde casas de habitação a simples barracões, estimando-se que, destas, 60% possam corresponder a afectações directas que impliquem demolições". Após um período de consulta pública, terminado em Outubro, seguiram-se as reacções das pessoas. O presidente da Câmara de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, refuta os números da RAVE e diz ter recebido cerca de cinco mil queixas, considerando que "por uns minutos a menos numa viagem de comboio estão a prejudicar-se milhares de vidas".

in: www.jn.pt secção país de 1 Dez/07

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